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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Novo estudo aponta novas ligações entre depressão e demência

Cientistas dos EUA concluem que a relação entre as duas doenças costuma ficar mais forte na velhice. Por isso, quadros de isolamento e de falta de apetite também devem ser investigados como presságio do Alzheimer

Correio Braziliense


Flávia Franco





A relação entre doenças geralmente intriga médicos e cientistas. Quando os comprometimentos são psicológicos, ainda mais e principalmente, pela dificuldade do diagnóstico desse tipo de enfermidade. Um novo estudo traz mais luz à ligação já conhecida entre o quadro depressivo e a demência. Publicada na revista Neurology, a pesquisa indica que a associação entre as enfermidades fica mais evidente com os sintomas surgidos na velhice e independe das alterações cerebrais desencadeadas pela demência.

Estudos anteriores mostram que pessoas com depressão têm predisposição maior para desenvolver Alzheimer e outras deficiências cognitivas progressivas, mas não se sabe exatamente como isso ocorre, afirma o líder da nova pesquisa, Robert S. Wilson, do Rush University Medical Center de Chicago. “Os resultados são emocionantes porque confirmam que a depressão é um fator de risco (para a demência)”, explica.

Segundo Wilson, muitos cientistas estudam a afirmação de que a depressão é uma consequência do declínio cognitivo, mas poucos trabalham com outras hipóteses, como a de que ambos os problemas são manifestações da mesma neuropatologia. Isso ocorre, de acordo com ele, porque esse tipo de trabalho exige que dados sejam reunidos e monitorados durante um longo período de tempo.

Seguindo o caminho alternativo, Wilson e a equipe liderada por ele realizaram um estudo de caso envolvendo um grupo com 1.764 pacientes. Com idade média de 77 anos, os participantes não apresentavam nenhum tipo de problema de raciocínio ou de memória no início do estudo. Anualmente, os voluntários eram submetidos a uma avaliação para determinar se apresentavam sintomas de depressão, como solidão e falta de apetite, e se tinham as habilidades de memória e de raciocínio testadas. Os experimentos foram realizados ao longo de oito anos. Nesse período, 680 pacientes morreram, sendo que o cérebro de 582 foi autopsiado.

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