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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Jovens entre 20 e 29 anos são os que correm mais riscos ao volante

A faixa etária engloba pessoas pouco experientes na direção e frequentadores de festas com bebidas

Correio Braziliense
Thaís Paranhos

Nayara, 20, diz que sempre sai de carro para não correr o risco de pegar carona com alguém que bebeu


As principais vítimas da violência no trânsito são jovens entre 20 e 29 anos, tanto no Brasil quanto no Distrito Federal. Uma combinação de fatores, como inexperiência, imprudência e consumo de álcool, tornam esse grupo um dos mais vulneráveis às mortes no asfalto. Das 211 pessoas que perderam a vida nas vias do DF entre janeiro e junho de 2014, 26,5% (56) estavam dentro dessa faixa etária, segundo o Departamento de Trânsito (Detran). O número de homens mortos é três vezes maior do que o de mulheres — 161 contra 50 do sexo feminino. Durante todo o ano de 2012, foram 392 óbitos — 26,7% (105) entre jovens. Em 2013, o número chegou a 357 — 25,7% (92) entre 20 e 29 anos.

O comportamento de risco associado ao consumo de álcool por jovens paulistas foi explorado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo apontou que a irresponsabilidade pode começar antes da balada, pois 56% dos entrevistados disseram que já saem de casa com a intenção de ficarem embriagados. A pesquisa apontou também que 57% dos jovens já pegaram carona com alguém que bebeu antes de dirigir. O mais grave é que quase um terço dos jovens admitiu dirigir depois de ingerir bebida alcoólica.

Essa realidade, no entanto, não é exclusiva de São Paulo. No Distrito Federal, os jovens têm resistência em cumprir a Lei Seca, mesmo seis anos após a regra entrar em vigor. O universitário Pedro*, 22 anos, morador do Guará, admite assumir a direção depois de beber. “Brasília foi planejada para o carro. Se você não mora no Plano Piloto, fica difícil de se locomover porque o transporte público não funciona até tarde”, justifica. O estudante reconhece os riscos dessa atitude. “Sei que coloco a minha vida e a de outras pessoas em risco. Mas, quando bebo demais, deixo o carro em algum lugar. Tenho um limite”, completa.
 

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