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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Formação com contornos de coração surpreende biólogos e estudiosos marinhos

O recife, que tem contornos do órgão humano em sua forma lúdica fica no Parque de Coroa Alta, em Santa Cruz Cabrália

Correio Braziliense


Marcus Celestino

O formato de coração do recife só foi notado durante mapeamento marinho da costa da Bahia

Belo Horizonte — Santa Cruz Cabrália ganhou notoriedade por ter sido a casa da seleção alemã de futebol, campeã do mundo na Copa realizada no Brasil. Localizada na Costa do Descobrimento, a cidade, porém, poderia estar no lugar de Porto Seguro nos livros de história. O jornalista e escritor gaúcho Eduardo Bueno, em sua obra A viagem do descobrimento, levanta a hipótese de os portugueses terem atracado na localidade ou na vizinha Prado, em vez do que se aprende no colégio. Permeada por toda essa mística, Cabrália ainda herdou da natureza uma belíssima formação de recifes, com contornos de um coração no complexo do Parque de Coroa Alta. O formato só foi descoberto recentemente pelo biólogo marinho e coordenador executivo do Projeto Coral Vivo, Gustavo Duarte, enquanto checava alguns mapas.

Os contornos lúdicos do coração — e não no formato bruto do órgão responsável por bombear sangue para todo o organismo — foram notados quando o biólogo fazia a avaliação de algumas imagens de satélite, relacionadas ao mapeamento físico dos recifes do Parque Municipal Marinho Coroa Alta. “Além de coordenador do projeto, atuo na pesquisa de como as mudanças climáticas afetam os corais. Estava, por acaso, dando uma revisada nos mapeamentos e percebi que havia esse recife com formato de coração. Como está voltado para o leste, estava de lado na imagem e dificultava um pouco a percepção”, comenta Duarte.

A formação está localizada especificamente na região dos Alagados, ao sul do complexo recifal citado. Nos paredões, o coral casca-de-jaca (Montastraea cavernosa) se faz presente em suas grandes colônias. Ademais, róseas algas calcárias cobrem as paredes quase verticais, e garoupas têm no local sua morada. “Diferentemente dos recifes brasileiros, ele é muito fundo e tem paredes retas. Parece ter sido cortado com uma forma de biscoitos, naquele formato específico”, brinca o pesquisador.
 

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