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domingo, 13 de novembro de 2016

Brasileiros sabem pouco sobre doenças transmitidas pelo Aedes, diz pesquisa

Desinformação compromete o combate às doenças.

 postado em 13/11/2016 08:11
São Paulo – A temporada da chuva e a proximidade do verão voltam a colocar o país em alerta contra o Aedes aegypti. Se, antes, o mosquito já era temido por transmitir dengue, as recentes epidemias de zika e chicungunha enfatizaram a necessidade de se lutar contra o inseto, que tem potencial de inocular muitos outros vírus, ainda pouco explorados pela ciência. Apesar de os brasileiros acreditarem entender bem sobre as doenças transmitidas pelo Aedes, uma pesquisa inédita da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses (Sba-a) mostrou que esse conhecimento é superficial, repleto de equívocos que podem atrapalhar a prevenção e o combate a essas enfermidades.
O estudo, feito com 1 mil pessoas de todas as regiões do país, mostrou, por exemplo, que somente 24,3% da população sabem que tomar vitamina B não afasta o mosquito, uma crença amplamente difundida, mas que não tem qualquer embasamento científico. Muitos, inclusive, acreditam que a microcefalia é uma doença transmitida pelo mosquito, quando, na verdade, trata-se de um dos sintomas da Síndrome Congênita do Zika. Quarenta e dois por cento dos entrevistados, aliás, admitiram que estão mal-informados sobre zika, doença que, de janeiro a outubro deste ano, infectou 109.596 brasileiros, segundo o boletim epidemiológico mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde.

Em relação à prevenção, a maioria mostrou um bom conhecimento a respeito de alguns métodos. Noventa e sete por cento dos participantes, por exemplo, sabem que água parada, como a acumulada em pneus, ajuda na proliferação do mosquito. O presidente da Sba-a, o infectologista Artur Timerman, porém, lembra que cuidar da piscina ou dos vasinhos de planta são apenas um componente do arsenal preventivo.

“Minha preocupação é que o foco real do problema não está sendo abordado”, diz. “O que (as propagandas oficiais e a mídia) enfatizam são os cuidados domiciliares, como evitar água parada. Nos últimos 10, 15 anos, houve um bombardeio de informações, para que as pessoas cuidassem de seu microambiente familiar, achando que isso combateria o mosquito de maneira adequada. Mas as arboviroses, em geral, expressam o problema terrível que é a falta de saneamento básico”, critica (leia entrevista). Rede de esgoto e coleta de lixo inapropriados também são um prato cheio para o mosquito. O presidente da Sba-a diz que uma pesquisa realizada na Bahia, por exemplo, mostrou que, em locais onde os resíduos são coletados uma vez por semana, a incidência de dengue é 10 vezes maior do que nas regiões onde o lixo é recolhido de três a quatro vezes.

No condomínio onde mora a psicóloga Niely Gonçalves, 29 anos, em Brasília, o lixo é recolhido três vezes por semana, mas não há rede de esgoto. Em julho do ano passado, ela teve dengue e ficou sete dias com sintomas bastante graves. Começou com febre de quase 40ºC, acompanhada por manchas vermelhas por todo o corpo. O pior de tudo, porém, foi a dor. “Até para tomar banho era horrível. A pressão da água no corpo doía muito. Durante os três primeiros dias, pensei que ia morrer. É insuportável”, relata. Niely conta que, como a mãe tem muitas plantas, a família sempre teve bastante cuidado com os vasinhos, para não estimular nenhum foco do mosquito. Além disso, utiliza spray de citronela em casa, um produto natural de combate aos insetos. Mas ela confessa que nunca usou repelente no corpo: “Tenho horror ao cheiro, nunca comprei”.

Repelente


A psicóloga não está sozinha. A pesquisa da Sba-a indicou que uma medida preventiva de grande desconhecimento da população é justamente o uso de repelentes. A Organização Mundial de Saúde recomenda essas substâncias para proteção contra a picada do Aedes — inclusive para grávidas e crianças. No Brasil, os produtos à base de IR3535 podem ser aplicados em bebês a partir de 6 meses. Já os que contêm DEET e icaridina são indicados depois que a criança completa 2 anos, exceto por um novo repelente com icaridina que foi aprovado agora pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), também indicado para as que têm 6 meses. Das três substâncias de maior uso no mundo, icaridina e DEET são as que apresentam melhor eficácia, segundo estudos científicos, especialmente a primeira, que permanece no corpo por mais tempo.

O infectologista pediátrico Marco Aurélio Sáfadi, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e colaborador da Sociedade Brasileira de Pediatria, lembra que mulheres grávidas devem ter cuidado redobrado com a prevenção, especialmente em relação ao zika. “Já é amplamente sabido que uma das formas de transmissão do vírus é intraútero. Ele entra na corrente sanguínea, passa pela placenta e chega ao cérebro em desenvolvimento do feto, onde provoca as malformações características da Síndrome Congênita do Zika”, afirma. De acordo com o Ministério da Saúde, hoje, há 9,5 mil mulheres que foram infectadas pelo vírus durante a gravidez e estão em acompanhamento. “Então, temos 9,5 mil crianças que potencialmente vão nascer com essas complicações”, diz Sáfadi.

Para o ginecologista e obstetra César Eduardo Fernandes, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia (Febrasgo), os médicos precisam orientar mulheres a usar repelentes, uma das poucas medidas preventivas de caráter individual. “Muitas vezes, os casais chegam dizendo que querem engravidar e perguntam qual a estratégia para combater o zika. Nós, médicos, ficamos tentados a perguntar se eles não podem reconsiderar o momento, deixar os planos para depois. Mas há mulheres que já estão com a reserva ovariana em extinção, então não podemos fazer isso”, diz. De acordo com ele, as que planejam a gravidez ou que já estão gestantes temem usar o produto, por achar que vão prejudicar o feto. “A Febrasgo fez até uma cartilha sobre isso. Não há risco nenhum. Elas não só podem, como devem usar o repelente”, ensina.

A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses

Três perguntas para 
ARTUR TIMERMAN, PRESIDENTE DA SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE DENGUE E ARBOVIROSES


Há um ano, o governo anunciou a epidemia de zika. Desde então, o que sabemos da doença e o que ainda é preciso investigar?
Essa é uma doença nova. No Brasil, começou a circular em abril do ano passado, mas as autoridades reconheceram que em 2014 ela já existia. Mas tem uma série de fatos que ainda precisam ser conhecidos. Hoje, temos a circulação de três arbovírus. Então, qual é a influência dessa co-circulação? Há vários estudos que mostram que uma pessoa que foi infectada previamente por dengue e, agora, adquire zika, tem mais chance de transmitir zika para o feto. Isso tem impacto, inclusive, para indicação da vacina de dengue. Será que é válido indicar a vacina para uma mulher em idade fértil, sabendo que, se ela induzir o anticorpo contra a dengue no organismo, poderá transmitir zika para o feto, caso seja infectada pelo vírus? Eu não indico. Então, são conhecimentos que ainda estão se adquirindo, embora com muita lentidão. O que sobra, hoje em dia, infelizmente, é uma orientação genérica à população.

O que se pode fazer, então?
A Sbd-a sempre está ressaltando que o que precisamos fazer é vincular a dengue ao saneamento básico. A população não faz esse vínculo, embora ele seja absolutamente direto. Abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, coleta e tratamento de lixo são essenciais para controlar essa infecção. E não é cuidando da aguinha da plantinha que vamos conseguir resolver, isso é uma redução de danos, está longe de contornar o problema. Além disso, o que podemos fazer agora é usar repelente. É o que a gente pode fazer de mais efetivo. O que a pesquisa mostra é que a população ainda tem um conhecimento superficial dos mecanismos de prevenção, e um conhecimento precário sobre a eficácia dos repelentes.

Pessoas que moram em locais sem saneamento básico são de baixa renda. Financeiramente, a compra de repelentes não pode ser algo difícil para elas, ainda mais com a necessidade de reaplicar diversas vezes ao dia?
É verdade. Todas essas arboviroses são reflexo dessa urbanização caótica, de acúmulo de pessoas nas cidades, sem oferecer condição de infraestrutura. Certamente, isso revela e expressa essas diferenças sociais que nós temos. Mas essas doenças são democráticas. A população mais abastada também está vulnerável. Em São Paulo, por exemplo, entre as regiões que mais têm casos de dengue, sempre está a região de Itaim, que é o metro quadrado mais caro da cidade. O mosquito é democrático. Ele vai estar na favela, na periferia e nas zonas mais ricas das cidades. Agora, o repelente deveria ser distribuído para a população. Eu até faço uma analogia. O governo não dá camisinha para prevenção da Aids? Então tem de dar repelente para a prevenção de arbovirose. (PO)

48% dos servidores poderão se aposentar em até 10 anos

A Constituição de 1988 reforçou o processo, ao ampliar as obrigações de Estados e municípios nas áreas de educação, saúde e segurança, que dependem de muita mão de obra.

 postado em 13/11/2016 11:04

Ao longo dos próximos 10 anos, 48% dos servidores estaduais hoje na ativa - praticamente a metade da força de trabalho - terão direito a pedir a aposentadoria. Serão 1,8 milhão de funcionários públicos com direito a reivindicar um pecúlio para o resto da vida. "Pelas regras atuais, os sistemas previdenciários estaduais não vão suportar a conta e a crise, hoje concentrada em alguns Estados, vai se espalhar", diz o economista Nelson Marconi, professor da Fundação Getulio Vargas e autor do levantamento.

Parte do fenômeno tem razões históricas. Como lembra o economista Paulo Tafner, especialista em Previdência, a concentração de aposentadorias nos próximos anos deriva de um boom de contratações que ocorreu em praticamente em todas as esferas do setor público no final dos anos 80 e início dos anos 90, durante a redemocratização. A Constituição de 1988 reforçou o processo, ao ampliar as obrigações de Estados e municípios nas áreas de educação, saúde e segurança, que dependem de muita mão de obra.

Pesa também o fato de duas categorias, professores e policiais, cujas contrações estão concentradas nos Estados, terem direito a aposentadorias especiais. Professores podem se aposentar com 50 anos. Em vários Estados, policiais têm entrado com pedido de aposentadoria aos 46, 47 anos de idade. Essa peculiaridade, inclusive, precisou ser considerada na pesquisa. Marconi adotou uma média ponderada para incluir as aposentadorias precoces no levantamento.

O problema ocorreria de qualquer maneira, mas tem pelo menos dois agravantes: chega no momento em que o brasileiro começa a ficar mais velho e a viver mais, o que eleva e prolonga os gastos da Previdência, e quando o País mergulha na mais profunda crise econômica da história - o que reduz a arrecadação que deveria suportar aumentos nos próximos anos.

"A recessão, a crise de crédito e de setores-chave para a arrecadação agravaram e anteciparam a crise estrutural da Previdência: servidores trabalham menos tempo para ficar mais tempo aposentados e não é a toa que há uma razoável correlação entre o tamanho da Previdência própria dos Estados e a crise financeira de muitos deles", diz economista Jose Roberto Afonso, pesquisador do Instituto de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

De fato, nos dois Estados em situação financeira mais frágil - falta dinheiro até para a folha de pessoal - há fortes desequilíbrios na Previdência. No Rio, a previsão é que as contas estaduais encerrem o ano com um rombo de R$ 17,5 bilhões - R$ 12 bilhões vêm do sistema previdenciário. No Rio Grande do Sul, 56% da folha de pagamento do funcionalismo vai para aposentados e pensionistas. 

Por Agência Estado

Brasil — vocação para o progresso

José de Paiva Netto!
                                                                                                                             

Nas comemorações dos 127 anos da Proclamação da República, reflitamos sobre o papel do Brasil no contexto mundial que é também o de iluminar as consciências com sua cultura imanente de fraternidade. No ensaio Sociologia do Universo, comento a respeito de como vem se formando nossa História, cuja vocação trilha o caminho do êxito:

Não se edifica uma pátria sem generosidade de Alma e espírito pragmático. Demanda tempo, pois este ainda não é um mundo de seres pacificados. Neste planeta de tantos desafios, é trabalhoso, mas possível. Apesar de os povos estarem se tornando cada vez mais impacientes. Gamal Abdel Nasser (1918-1970), que nacionalizou o canal de Suez, com o inesperado apoio dos Estados Unidos, no governo de Dwight D. Eisenhower (1890-1969), e deu início, com financiamento da ex-União Soviética, à construção da grande represa de Assuã, carpido pelas lutas para erguer um Egito moderno, concluiu: “Construir fábricas é fácil, levantar hospitais e escolas é possível, mas erigir uma nação de homens é tarefa longa e árdua”.

Urge fazer-se entendido pelo coração das criaturas. Quem vai ao cerne da criança chega ao jovem. Quem ensina a mocidade pacifica a Alma do adulto. E quem tem este último espiritualizado levanta uma nação. É pelo exemplo que se constrói. Já dizia Napoleão Bonaparte (1769-1821) que “as palavras indicam o caminho, mas os exemplos arrastam”. O Corso continua repleto de razão. (...)


                                                                        José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
                                                                        paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

Fila para radioterapia cresce no DF: 1,2 mil aguardam atendimento

Número de pessoas que aguardam o atendimento na rede pública aumentou mais de 70% desde abril deste ano.

 postado em 13/11/2016 08:10 / atualizado em 12/11/2016 19:15
Apenas dois aparelhos funcionam em todo o Distrito Federal,
os dois no Hospital de Base. O mais novo é de 1982, ou seja, tem 34 anos de uso
Em sete meses, a fila de pacientes para o tratamento de radioterapia cresceu 71,4% na capital federal. São 1,2 mil pessoas que aguardam para fazer sessões. Em abril deste ano, eram 700. A Secretaria de Saúde trabalha em um plano de ampliação para o serviço, mas as principais mudanças só devem se concretizar em 2018. Hoje, somente dois aparelhos funcionam em todo o DF — ambos estão no Hospital de Base. A máquina mais nova é de 1982. Pelo cálculo do Ministério da Saúde, seriam necessários seis equipamentos para a cidade, um para cada 500 mil habitantes.

A Secretaria de Saúde sequer consegue cumprir a Lei Federal Nº 12.732 de 2012que prevê o início dos tratamentos de câncer em até 60 dias no Sistema Único de Saúde (SUS). Em média, o tempo de espera para  a primeira sessão de radioterapia na capital federal é de 120 dias, de acordo com estimativa do Colégio Brasilerio de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. O Correio apurou que os equipamentos disponíveis não têm contrato de manutenção. Quando quebram, ficam cerca de 45 dias parados.

Para minimizar o deficit, a pasta lançou um edital com o objetivo de contratar clínicas particulares a fim de complementar a assistência. O problema é a remuneração do serviço. De acordo com a tabela do SUS, o governo desembolsa R$ 5,5 mil, em média, a cada paciente atendido — montante que não é atualizado há sete anos. O valor pouco atrativo desanima empresários, que não se credenciam para ofertar a terapia. Considerando a dificuldade, a Secretaria de Saúde aprovou, junto ao Conselho de Saúde do DF, um padrão próprio. Na proposta, o governo se dispõe a pagar cerca de R$ 11 mil por tratamento.

O Executivo local tenta articular um convênio com o Hospital Universitário de Brasília  (HUB), que tem um equipamento. A unidade está em obras para receber uma segunda máquina do governo federal. Será instalado também um equipamento no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), mas as obras de isolamento de radiação só ficam prontas daqui a um ano e meio. Outra alternativa é a implantação do Hospital do Câncer, que manteria dois aparelhos.

Três clínicas, segundo a Secretaria de Saúde, estão aptas a complementarem a rede. O Instituto de Radiologia de Taguatinga (IRT) e os hospitais Santa Lúcia e Sírio-Libanês.  “Estamos negociando a quantidade de vagas e o interesse das empresas em participar do processo. Agora, é aguardar as ofertas. A tabela SUS é defasada, e paga menos de um terço do que o setor privado, mas compensamos esse valor”, diz o subsecretário de Atenção Integral à Saúde, Daniel Seabra. Até o momento, somente o IRT manifestou interesse em disponibilizar 25 sessões por semana. As outras instituições ainda não se pronunciaram.

 “A fila cresce porque o Estado não tem condições de atender, mas avançamos no processo de instalação de novos aparelhos. Estamos fazendo uma programação com sete equipamentos, o que seria suficiente para  3,5 milhões de habitantes”, argumenta Daniel.

Outra medida para dar celeridade é a troca de um dos aparelhos do Hospital de Base — um modelo da década de 1970. Entretanto, as máquinas modernas ocupam mais espaço que a da sala da unidade e seriam necessárias alterações na infraestrutura. “Buscamos ajuda no Ministério da Saúde para procurarmos um aparelho que coubesse no espaço somente com reforço no isolamento da radiação”, completa Daniel. Os equipamentos pleiteados pelo Executivo local fazem parte de um plano de 2012 do Ministério da Saúde (leia Memória).

Falhas


Durante 34 anos, não houve nenhum investimento no setor de radioterapia. Um conjunto de fatores, como a evolução tecnológica, o alto custo do tratamento (custeado quase totalmente em dólar) e a falta de planejamento é a explicação para o panorama, segundo avaliação do governo, dificuldade que se estende a todo o país. “Ao longo do tempo, pouco foi investido em equipamento de radioterapia no Brasil. É uma tecnologia que exige investimento de infraestrutura muito grande”, ressalta Viviane Rezende, coordenadora de Atenção Especial à Saúde da Secretaria de Saúde (veja Cinco perguntas para).

Rafael Gadia, da Sociedade Brasileira de Radioterapia, acredita que o maior gargalo é o subfinanciamento do setor. Para o especialista, a formação de técnicos não seria problema no DF. “O desafio é incorporar a alta tecnologia e resolver o problema de hoje para, depois, executar o planejamento do futuro”, critica.

"O desafio é incorporar a alta tecnologia e resolver o problema de hoje para, depois, executar o planejamento do futuro. Isso deixa os tratamentos mais lentos e menos otimizados”Rafael Gadia, da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Cinco perguntas para Viviane Rezende, coordenadora de Atenção Especial à Saúde da Secretaria de Saúde

Mesmo com os incentivos do Ministério da Saúde, o DF enfrenta dificuldades em manter o tratamento de radioterapia. O que acontece?
A máquina pública é lenta e defasada. Disponibilizar o terreno para o equipamento nem sempre é fácil. Temos uma série de problemas. O impacto das obras, com as licenças de trânsito e ambientais são difíceis. Nossos hospitais são antigos. A área do Hospital Regional de Taguatinga destinada para a implantação de um aparelho de radioterapia fica do outro lado da rua. A questão é complexa. A oncologia exige tecnologia pesada.

As empresas privadas e o governo não investem no setor. Por quê?
Em Sergipe, por exemplo, só têm dois equipamentos para o estado inteiro. Ambos são da rede pública e não há nada na rede privada. É uma tecnologia muito cara e quem adquire tem de pagar em dólar. Esse é um fator limitador. A rede privada tem medo de investir porque o retorno não é imediato e é muito caro. Veja a cotação do dólar. Depois disso, é preciso gente especializada para trabalhar. Não é em todo lugar que se tem um radioterapeuta, um médico no local, um técnico de radiologia. Em média, leva-se um ano de treinamento para operar a máquina. Esse problema não é exclusividade do DF.

A alta demanda é fator complicador? 
Recebemos muitos pacientes de fora do DF que buscam atendimento aqui. Isso aumenta demais a demanda. Tentamos fazer do jeito que podemos. As perspectivas de melhorias são importantes; por isso, buscamos novos aparelhos. Não temos condições, sozinhos, de expandir; por isso procuramos o Ministério da Saúde. Vamos conseguir ampliar com equipamento de ponta.

Os aparelhos disponíveis no DF são bastante antigos. Isso prejudica os pacientes? 
Hoje em dia, temos equipamentos que reduzem os efeitos colaterais. Os nossos equipamentos podem ser usados, mas têm tecnologias mais modernas que expõem menos o paciente. Para consertarmos as máquinas, dependemos de peças canibalizadas de outras. Nenhuma empresa quer fazer a manutenção. Ninguém investe e vira sucata.

Os investimentos previstos pelo governo serão suficientes?
Vai ser um divisor de águas para o DF. A semente foi plantada, agora, estamos adubando. O trabalho começou na gestão passada. Se não tivesse sido feito, a situação estaria pior. Todos os nossos cálculos não são feitos aleatoriamente. Eles respeitam portarias que levam em conta a base populacional. São questões técnicas. E virão uma série de programações para o futuro, como concursos para radioterapeutas.

Plano de recuperação
O Ministério da Saúde publicou, em 2012, a portaria nº 931, que previa a aquisição de 80 aceleradores lineares para serem disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS). O plano previa a instalação de uma fábrica de aparelhos de radioterapia no Brasil e a formação de centro de treinamento para os profissionais que operariam essas máquinas. Além disso, a pasta deveria custear 30% das obras de infraestrutura. Mesmo assim, as unidades da Federação não conseguiram financiar o restante. Por vários problemas, apenas duas máquinas foram instaladas — uma em Feira de Santana (BA) e outra em Campina Grande (PB). A implantação de serviços de radioterapia em locais mais carentes tem caminhado lentamente e não há previsão de quando as máquinas serão instaladas. À época, o orçamento de cada máquina ficou em R$ 8 milhões.

Sinal analógico de TV deve ser desligado esta semana no Distrito Federal

Às vésperas do fim do primeiro prazo, cerca de 80 mil famílias ainda não estavam preparadas para receber o sinal digital.

 postado em 13/11/2016 11:20
Termina na próxima quinta-feira (17) o novo prazo dado para as emissoras de televisão de Brasília para desligar o sinal analógico na capital do país e em nove cidades do entorno do Distrito Federal. A partir desta data, quem não tiver feito a adaptação para receber o sinal digital de TV aberta ficará sem a programação em todos os canais.
O prazo inicial para o desligamento analógico era no dia 26 de outubro, mas o Grupo de Implantação da TV Digital (Gired) decidiu dar mais um tempo para a adaptação. Com o novo prazo, as 25 geradoras e retransmissoras que atuam na região puderam escolher o melhor momento para fazer o desligamento. Às vésperas do fim do primeiro prazo, cerca de 80 mil famílias ainda não estavam preparadas para receber o sinal digital.
A exigência da portaria que instituiu a implantação do sinal digital no país é que pelo menos 93% dos domicílios estejam aptos a receber o sinal digital para que o analógico seja desligado. A estimativa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) era de que esse percentual estivesse em 90% no dia 26 de outubro. Uma nova pesquisa está sendo feita e será analisada pelo Gired em uma reunião marcada para quarta-feira (16).

A primeira cidade que teve o sinal analógico desligado foi Rio Verde, em Goiás, em fevereiro deste ano. A próxima área a passar pelo processo de desligamento será a região metropolitana de São Paulo. A data marcada inicialmente é 29 de março de 2017, mas isso poderá ser reavaliado pelo Gired.

Para conseguir captar o sinal digital, os telespectadores deverão instalar uma antena apropriada, preferencialmente externa. Se o televisor for antigo, será preciso instalar um conversor de TV digital. A maioria dos modelos mais novos de TV, com tela fina (plasma, LCD, LED) já vem com o conversor de TV digital integrado. Famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único dos programas sociais do governo federal têm direito a receber de graça um kit com antena e conversor digital.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

ARTISTAS INTERNACIONAIS 2016



A Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade apresenta a exposição Artistas Internacionais 2016, de 1º a 14 de novembro, sob a curadoria do renomado artista plástico Toninho de Souza. São 5 países representados por 14 artistas expondo 28 trabalhos.

Colombianos, finlandeses, venezuelanos, argentinos e brasileiros estarão unidos pela arte nesse encontro internacional em que cada artista estará apresentando duas obras de artes em técnicas atuais de linguagem contemporânea e pós contemporânea e com temática livre.

Além da interação de várias nacionalidades em um mesmo espaço mantendo permanentemente o intercâmbio cultural entre os países, a ideia é deixar que os apreciadores de artes consigam estabelecer as diferenças de cultura ou a união de ideias sobre um mesmo planeta, o que vivemos e assim os seus problemas sociais, ambientais e ecológicos possam ter a mesma magnitude filosófica universal. 

Marcam presença nesta mostra, Cisela Bjork – Finlandia; Laura Lambré – Argentina; Morenu – Colômbia; Maldonado Diaz – Venezuela; Alda Carvalho – Brasil; Alvimar Geraldo – Brasil; Anselmo Rodrigues – Brasil; Fernanda Curado – Brasil; Franzé – Brasil; Gilson Filho – Brasil; J. Vicente – Brasil; Joseph Claut – Brasil; Marc Lui – Brasil e Toninho De Souza – Brasil Toninho de Souza.


Serviço:
Exposição Artistas Internacionais 2016
Onde: Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade
Quando: de 1º a 14 de novembro
Visitação: todos os dias das 8 às 20 horas.
Endereço: Quadra 915 Sul – Brasília/DF.
Entrada: Franca
Classificação: Livre 
Informações: (61) 3114-1070 

Anvisa autoriza a produção de teste-rápido para detectar o zika vírus

Procedimento desenvolvido pela Fiocruz e pela empresa norte-americano Chembio deve estar disponível no SUS em um mês

 postado em 10/11/2016 19:00 / atualizado em 10/11/2016 22:32

Um ano depois de o Ministério da Saúde decretar a epidemia do Zika vírus como situação de emergência em Saúde Pública, o SUS ainda carece de métodos efetivos e rápidos para o diagnóstico da doença. O quadro, no entanto, pode ser revertido em breve, já que, nesta terça (8/11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a produção de um teste-rápido capaz de diagnosticar a presença do vírus em qualquer ambulatório.

O procedimento, desenvolvido pela Fiocruz Biomanguinhos e pela empresa norte-americana Chembio, identifica, em 20 minutos, se a pessoa tem ou já teve a doença. Em entrevista ao portal Uol, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, afirmou que o kit diagnóstico deve estar disponível no SUS em até um mês. "O Brasil vai poder agora dizer algo que é fundamental, determinar os casos que são ou não zika."

Diagnóstico tardio

Três tipos de testes são capazes de detectar o vírus, mas apenas o chamado PCR está disponível na rede pública de sáude. O ministério anunciou, no fim de outubro, a distribuição de 2 milhões de kits até o final deste ano e mais 1,5 milhão até fevereiro de 2017. Enquanto isso, muitas mulheres só sabem que foram infectadas com o Zika depois do nascimento do bebê.

Segundo o professor da Universidade Federal da Bahia )UFBA) e Diretor do Hospital Geral Roberto Santos, Antônio Raimundo, existe uma subnotificação do número de casos no Brasil, já que é complicada a realização dos testes.  “A grande dificuldade é o exame em si. Nós tivemos muitos problemas com o RTPCR, um exame muito caro e que você precisa fazer três vezes”. O infectologista Antônio Bandeira também se queixa de dificuldades. “Infelizmente, a gente tem o Aedes Aegypti transmitindo esses três vírus e tem que ter sistemas melhores de diagnóstico.

De acordo com o Ministério da Saúde, de outubro de 2015 até outubro de 2016, foram notificados 9.953 casos de microcefalia e outras alterações no sistema nervoso. Desse total, 4.797 casos foram descartados e 2.079 foram confirmados como microcefalia. Outros 3.077 casos suspeitos permaneciam em investigação até 22 de outubro. Do total de casos confirmados (2.079), 392 tiveram resultado positivo para o vírus Zika. O ministério, no entanto, considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.