Levantamento do Executivo local mostra que a taxa de pessoas sem ocupação na capital federal subiu de 17,2% para 18,1%. São 17 mil que perderam o emprego entre fevereiro e março. Governo oferece cursos de capacitação para tentar aliviar a situação.
postado em 28/04/2016 06:02 - Correio Braziliense
"Está difícil a situação. É um monte de gente procurando emprego e poucas vagas no mercado. Isso chega a ser desesperador" |
Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-DF), divulgados ontem pela Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, pela Companhia de Planejamento (Codeplan) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento revela que, em um ano, o número de desempregados na capital passou de 13,2% para 18,1%, alcançando 84 mil desempregados no período.
Enquanto não consegue um novo trabalho, vez ou outra Fernanda é chamada para um ‘bico’. Em festa infantis, ela atua como animadora para tentar sobreviver. “O que não dá é para ficar parada. As contas continuam chegando. A gente vai fazer um bico ou outro, mas continuo a minha busca por emprego”, conta. De acordo com a PED, de março do ano passado para cá, o número de pessoas vivendo de forma autônoma passou de 18% para 19%, enquanto o quantitativo de empregados com carteira assinada passou de 71% para 70%, com menos 4 mil pessoas.
Lauro Ferreira da Silva, 39, está desempregado há cinco meses. O motorista tenta diariamente nas portas das empresas conseguir uma vaga. “Tem sido difícil, mesmo sendo numa área com tanta demanda. Os empregadores não estão contratando; pelo contrário, estão desligando os funcionários”, reclama o morador de Santa Maria. A baixa é resultado da redução do nível de ocupação, com a eliminação de 30 mil postos, e também do aumento da População Economicamente Ativa (PEA), com a entrada de 54 mil aptos a trabalhar no mercado da região.
O mestre e doutor em economia da Universidade de Brasília (UnB) Flávio Basílio avalia que a tendência é a taxa de desemprego continuar a crescer ao longo do ano. “Estamos em um processo de ajustamento de preços relativos. Isso significa que estão reajustando salários, taxas de câmbios e outras, afetando diretamente o número de vagas. A tendência é a manutenção do desemprego, inclusive quando a economia voltar a crescer, porque o mercado reage de forma pouco mais lenta às mudanças”, detalhou.