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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Estudantes da rede pública estão à espera do depósito no cartão material

Com a crise financeira, GDF ainda não sabe de onde tirar o dinheiro para pagar o benefício, que é concedido a pessoas inseridas no Programa Bolsa Família.

 postado em 29/01/2015 06:15 / atualizado em 29/01/2015 07:28
 Manoela Alcântara - Correio Braziliense

Cerca de 250 papelarias estão preparadas
para receber a demanda dos estudantes
credenciados no programa: prejuízo iminente
A menos de um mês para o início das aulas na rede pública de ensino, o governo não tem dinheiro em caixa para depositar a verba do Cartão Material Escolar. Seriam necessários cerca de R$ 30 milhões para conceder o benefício aos cerca de 120 mil alunos assistidos. A Secretaria de Educação do Distrito Federal estuda formas de equacionar o deficit, mas o que resta às famílias, por enquanto, é a dúvida. Quem depende dos R$ 262 para comprar lápis, borracha, mochila, cadernos e, ainda, os produtos exigidos nas listas de materiais vive a incerteza de não ter itens básicos para os estudos — os livros didáticos são assegurados pelo Ministério da Educação, que os distribui gratuitamente às instituições. Além dos beneficiários, a falta de recursos afeta as papelarias conveniadas. Alguns proprietários preveem prejuízo de até 50% nas vendas.

Lançado em 2013 com a intenção de aumentar a autoestima dos estudantes e ajudar pequenas papelarias, o Cartão Material Escolar é pago às pessoas inscritas no Programa Bolsa Família, do governo federal. Há dois anos, a manicure Ana Lúcia Fernandes, 38, recebeu o cartão. No primeiro, ela comprou cadernos, lápis de cor e material para o filho Guilherme, 8. Em 2014, pensou que o dinheiro não sairia. “Ele já estava estudando com os materiais antigos quando saiu o dinheiro, quase em junho. Comprei a mochila que ele queria e sobrou pouco para o resto”, relata a moradora de Samambaia.

Neste ano, ela ainda tem esperanças de que o benefício seja liberado. “Minha filha mais nova, Ana Clara Fernandes, 4, começa a estudar. O gasto será em dobro. Se não sair, não sei como vou fazer. Vou me desdobrar para não deixar meu filho sem o mínimo, mas não poderei comprar tudo da lista, nem ele poderá escolher as coisinhas dele”, lamenta Ana Lúcia. O valor do crédito por aluno, em 2014, correspondeu a um terço do salário mínimo vigente no mês de dezembro do ano anterior, ou seja, R$ 226.

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