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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Prática de exercícios ajuda a reduzir gordura em estrutura óssea

O acúmulo de gordura ainda é pouco compreendido pela ciência, mas há indícios de que agrave a osteoporose

Bruna Sensêve  Correio Braziliense

Publicação: 17/10/2014 09:17 Atualização:

Muito se engana quem pensa que só é possível perceber as gordurinhas a mais flagrando as sobrinhas que saem das roupas. Nem todas ficam evidentes assim. Podem estar onde menos se imagina: no interior dos ossos. Mas sem neuroses! Não há certeza entre cientistas se ela faz totalmente mal à saúde. Em um estudo publicado recentemente na revista Bone, a equipe da pesquisadora Maya Styner, da Escola de Medicina da Universidade de North Carolina, nos Estudos Unidos, detalha como usou uma nova técnica para obter imagens do interior de ossos e analisar duas importantes questões: o que uma dieta rica em calorias e a prática de exercício físico fazem à gordura de dentro do osso e, principalmente, por que isso importa para a medicina.
“Esse é um novo campo”, garante Styner. “Nós não sabemos exatamente como ela é produzida ou por que está lá. Há um monte de perguntas sem resposta.” Uma das dificuldades na análise é o fato de esse tipo de gordura estar completamente envolto no osso. Exige que os cientistas utilizem pequenas fatias do tecido — uma de cada vez — para estudá-la. Em busca de uma maneira mais precisa de avaliação, Styner apostou na coloração por ósmio, desenvolvida pelo pesquisador Mark Horowitz, da Universidade de Yale, nos EUA.

A equipe de pesquisadores deixou que os camundongos corressem à vontade em uma roda. Sob uma dieta normal, os bichos que se exercitaram sofreram uma diminuição da gordura óssea — que se manteve igual entre os animais sedentários. O mesmo experimento foi feito com ratos que seguiram uma dieta altamente calórica. Como esperado, a gordura óssea disparou entre os sedentários, mas, quando esses mesmos animais fizeram atividade física, diminuiu significativamente. Os resultados, segundo a equipe, mostram como determinadas partes de ossos podem mudar de semana para semana, particularmente nas áreas perto das articulações.

Comum na velhice
A existência de gordura no interior dos ossos é conhecida há uma centena de anos, mas o crescente interesse dos pesquisadores pela gordura da medula óssea (BMF) aumentou nos últimos 15. Isso porque deixou de ser visto como mais um simples tecido de enchimento para ser considerado um dos atores do microambiente interno do osso.

O osso não é composto só de tecido ósseo, mas também de medula óssea. Ela pode ser chamada de vermelha quando está cheia de células hematopoéticas, isto é, do tipo mais comum de células-tronco adultas; ou ainda de medula amarela devido à maior ocorrência de adipócitos – células que armazenam gorduras e regulam a temperatura corporal. Ao nascer, as cavidades ósseas são preenchidas principalmente com a medula vermelha, no entanto, a partir da infância, começa a ocorrer uma conversão. As células hematopoéticas são gradualmente substituídas pelo tipo amarelo.

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