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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Pesquisa comprova que poeira cósmica é resultado da destruição de estrelas

Pesquisa publicada na Nature comprova que a poeira cósmica é resultado das supernovas e essencial para a formação dos planetas. O trabalho pode mudar também o entendimento sobre a evolução das galáxias
Correio Braziliense



Representação da supernova 2010jl, observada pelos astrônomos durante o estudo
De gigantescas estrelas a planetas e pequenas luas: cada componente do Universo tem uma importante participação na dinâmica dos sistemas e galáxias. A afirmação é válida até para a poeira cósmica, extensas nuvens de minúsculos grãos que flutuam no espaço. Até hoje, cientistas encontram dificuldades para explicar a origem dessa “sujeira” espacial, mas especulam que as partículas podem esconder pistas sobre como tudo o que conhecemos começa e termina. Uma pesquisa publicada nesta semana na revista Nature fornece mais uma peça desse quebra-cabeça, mostrando que o material surge da destruição de estrelas. São, portanto, importantes evidências de mortes estelares.

O trabalho foi feito com base nos dados colhidos da SN 2010jl, uma estrela de massa 40 vezes maior que a do Sol, descoberta em 2010 e localizada numa galáxia a mais de 160 anos-luz. Usando o Very Large Telescope, no Chile, o grupo de pesquisadores observou a supernova apenas 26 dias depois de sua explosão e encontrou evidências de grãos de poeira cercando a estrela recém-destruída. A nuvem de poeira tinha a massa equivalente à de 830 Terras.

Os astrônomos voltaram a registrar mudanças no astro em outras nove ocasiões durante mais de dois anos e criaram, assim, uma descrição bastante precisa do que havia acontecido com a estrela e com o material originado de sua morte. “Os grãos de poeira podem continuar se fragmentando em partes menores devido a outros processos destrutivos, mas possivelmente uma grande porção da poeira será conservada e vai contribuir para as grandes massas de pó presentes nas galáxias”, especula Christa Gall, pesquisadora de pós-doutorado da Universidade de Copenhague (Dinamarca) e principal autora do estudo.

A pesquisa pode mudar a forma como a ciência compreende a evolução de galáxias, das estrelas e dos planetas. “A poeira, claro, tem um papel importante na formação de estrelas e planetas”, ressalta Gall. Quando uma esfera de gás cresce para se tornar uma estrela, os grãos de poeira são atraídos por sua forte gravidade e se unem, formando planetas sólidos. Saber de onde as nuvens cósmicas surgem é essencial para entender o ciclo de união de destruição dos elementos que formam os Universo.


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