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sábado, 26 de abril de 2014

Estudo aponta que até 2018 o preço da conta de luz aumentará 83,4%

Na melhor hipótese, os quatro anos do próximo governo serão marcados pela aplicação de pesados reajustes em série nas contas de energia, apenas para bancar os atuais empréstimos em razão da crise de abastecimento
 Correio Braziliense
Publicação: 26/04/2014 07:10 Atualização: 25/04/2014 21:52

Além de não cumprir a promessa de baixar a conta de luz em 20% na média, anunciada em 2012, o governo Dilma Rousseff deixará para o próximo governo a obrigação de repassar ao bolso dos consumidores um reajuste médio acumulado das tarifas de 83,4% até 2018. Estudo da consultoria Safira Energia mostrou que esse aumento não reflete só os gastos extras com o acionamento prolongado e generalizado das termelétricas. O cálculo também leva em conta o empréstimo de R$ 11,2 bilhões que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) tomou ontem para socorrer as distribuidoras e que será arcado pelos clientes delas a partir de 2015.

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O diretor de regulação da Safira, Fábio Cuberos, explicou que o cálculo ainda contemplou um reajuste médio anual de 7,5% já previsto pelas distribuidoras. O aporte de R$ 9 bilhões previsto no Orçamento deste ano pelo Tesouro na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), por exemplo, terá um impacto de 4,6% na conta de luz. Outros R$ 4 bilhões aportados não previstos também representam empréstimos federais às concessionárias, a serem ressarcidos ao longo de cinco anos e que terão de ser cobertos pela tarifa.

Para Cuberos, a explosão do valor da eletricidade é resultado de erros sucessivos do governo na condução da política energética. O primeiro equívoco foi o de não dialogar com o setor antes de renovar as concessões de geração e transmissão. Com a severa estiagem deste ano, o preço da energia no mercado livre disparou, alcançado o recorde de R$ 822,33 o megawatt/hora (MWh), em vigor desde fevererio, contaminado pelas térmicas, além de as distribuidoras estarem pressionadas com o fato de não terem à disposição contratos de longo prazo para cobrir uma demanda de 3,2 mil megawatts (MW). 

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