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terça-feira, 8 de março de 2016

Sair da frente da tevê é o melhor caminho para evitar sofrimentos psíquicos

Ao acompanhar adolescentes por 26 anos, cientistas do Reino Unido mostraram que quanto maior o tempo dedicado à tevê e a outras telas, mais elevados são os riscos de sofrimento psíquico na vida adulta, incluindo a depressão.

 postado em 08/03/2016 10:20 - Correio Braziliense

Diante de qualquer sistema desafiador, o melhor a fazer é respirar fundo e seguir as instruções. O problema é que, para alguns desafios, como encarar a vida adulta, não há manual. Resta, então, recorrer à capacidade mental, a arma humana mais eficiente contra problemas cotidianos. Ainda que o recurso seja uma herança inata da evolução, há quem não o explore nas horas mais necessárias. A fim de evitar o bug e preservar a mente saudável, cientistas britânicos indicam a adolescentes outra provocação: que saiam de frente da tevê.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde mental como o estado de bem-estar que permite ao indivíduo reconhecer as próprias habilidades, além de lidar com o estresse costumeiro e se recuperar dele, sendo produtivo para a comunidade. Pesquisadores do Centro Nacional de Medicina do Esporte e do Exercício, ligada à Universidade Loughborough, no Reino Unido, buscaram compreender o que contribui, na juventude, para uma saúde mental estável na vida adulta. A partir das investigações, a equipe liderada por Mark Hammer encontrou uma relação do bem-estar mental mais pobre aos 42 anos com o tempo que adolescentes de 16 anos gastam em frente a uma tela, como a da televisão ou a do computador. Os detalhes dos estudo foram divulgados recentemente na revista científica Preventive Medicine.

Entre os jovens, 35,3% relataram dedicar mais de três horas a esses equipamentos depois da escola. Desse percentual, a maioria era do sexo masculino, não fumava, consumia álcool moderadamente e não praticava esportes. Tinham também menor nível de escolaridade. Os dados foram obtidos no Estudo de Coorte Britânico de 1970 (BCS70, na sigla em inglês), que acompanhou a vida de 17.284 ingleses, escoceses e galeses. Ao todo, os participantes foram avaliados oito vezes ao longo da vida: aos 5, 10, 16, 26, 30, 34, 38 e 42 anos. No estudo de Hammer, foram considerados dados de participantes com 16 anos, obtidos em 1986, e, aos 42 anos, levantados entre 2012 e 2013.

Em 1986, 166.898 adolescentes responderam a questões sobre comportamentos relacionadas à saúde — como o sedentarismo, avaliado pelo tempo gasto com o dever de casa ou três tipos de diversão: televisão, filmes de vídeo e jogos de computador. Como há 30 anos o acesso a computadores era restrito, a tevê representou a distração mais comum: 91,1% disseram não brincar com jogos eletrônicos após a escola. Na etapa final, aos 42 anos, 56,9% dos indivíduos da amostra original, ou 9.842 pessoas, foram questionados sobre o tempo diário dedicado às telas.

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