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quarta-feira, 12 de março de 2014

Morte de jovem no Gama é alerta para a superexposição na internet

Especialistas advertem para o uso indevido de informações
 Correio Braziliense
Publicação: 12/03/2014 06:07 Atualização: 12/03/2014 07:47

Página de Yorrally Ferreira em rede social: intimidade exposta (Reprodução)
Página de Yorrally Ferreira em rede social: intimidade exposta
Em uma página na internet, Yorrally Ferreira — assassinada pelo ex-namorado no último fim de semana — publicava a maior parte de sua vida pessoal. Informações como a escola onde estudava, o local em que morava e identificações de familiares ainda podem ser acessadas por qualquer pessoa, mesmo aquelas que não enviaram uma solicitação para acompanhar as atualizações. O atual namorado da menina chegou a postar uma foto da cena do crime na rede. Assim como a jovem, milhares de pessoas usam a internet para fazer desabafos, mostrar um pouco de sua vida e divulgar fotos. Especialistas alertam para os cuidados de tamanha exposição.

Professor do Centro Universitário de Brasília (UniCeub) e psicólogo, Carlos Augusto de Medeiros explica que vivemos em uma sociedade na qual as pessoas procuram agir e se mostrar para ser reconhecido por um grupo. “Chegamos a ser, de certo modo, escravos do poder, do status, do reconhecimento. E as redes sociais maximizam isso. As pessoas têm que se preocupar muito e estar atentas para não perderem a individualidade”, diz.

Medeiros explica que a necessidade de alimentar os perfis na internet se deu, especialmente, pela inovação da tecnologia, que possibilita a comunicação por muitas pessoas ao mesmo tempo e de forma extremamente rápida. “Se a gente voltar aos anos 1980, fora daquele círculo de amigos que tínhamos, poucas pessoas saberiam dizer onde você estava, com quem estava, o que estava fazendo. Agora, essa divulgação é muito rápida, e há uma necessidade de mostrar o que se está fazendo, onde se está”, 

Além da exposição, muitas pessoas usam as redes sociais para publicar conteúdos que agradem não a ela mesma, mas aos seguidores, segundo o psicólogo. “Somos muito motivados pela atenção, pelo status, pelo reconhecimento e pelo pertencimento a certos grupos. Então, quando postamos onde estamos — e o local confere status —, é muito mais provável que isso tenha valor para os que estão vendo”, define. 

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