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sexta-feira, 14 de março de 2014

Centro-Oeste é a região com maior nível de confiança entre brasileiros

Nível de escolaridade e estabilidade financeira explicariam o comportamento em Brasília
 Correio Braziliense
Publicação: 14/03/2014 06:00 Atualização: 13/03/2014 23:17

O motorista Wanderley difere do comportamento usual do brasiliense e diz só acreditar em Deus e no filho (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)
O motorista Wanderley difere do comportamento usual do brasiliense e diz só acreditar em Deus e no filho
O nível de confiança dos brasileiros não anda em alta. A credulidade só vem quando o assunto é a família. Mesmo assim, o Centro-Oeste é a região em que os números são melhores. A questão é de foro íntimo, mas foi colocada à prova pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O órgão realizou pesquisa para medir o grau de confiança do brasileiro e, assim, conhecer melhor o consumidor. “A sociedade fica mais cara quanto maior a desconfiança. Uma comunidade que confia mais nas pessoas tem mais facilidade nas transações”, esclarece o gerente executivo de Pesquisa e Competitividade do órgão, Renato da Fonseca.
Os resultados, divulgados este mês, trouxeram à tona um total de 82% de desconfiados no país, entre 2,2 mil entrevistados. Mas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, o número de incrédulos é um pouco menor. Setenta e quatro por cento das pessoas ouvidas nesses estados ainda acreditam que a maioria das pessoas age de forma incorreta. Entre os personagens mais confiáveis, os familiares levam o maior crédito. Setenta e três por cento das pessoas ouvidas confiam muito nos parentes. A desconfiança cresce a partir da diminuição do vínculo. Amigos e vizinhos ficam em segundo e terceiro lugares, ganhando apenas dos colegas de trabalho e dos completos estranhos (leia Confiança do candango).

O Correio foi até a Rodoviária do Plano Piloto para medir o nível de confiança do brasiliense, informalmente. Os resultados não fugiram ao panorama nacional apresentado na pesquisa da CNI. Das 26 pessoas entrevistadas, 76,9% disseram confiar na família e 50% afirmaram acreditar piamente nos amigos. Segundo os psicólogos Renato Miranda e Ezequiel Nogueira Braga, o índice de desconfiança do brasileiro ainda é muito grande. Eles amparam o discurso na herança histórica e cultural do país (leia Artigo).

Embora a pesquisa da CNI não se aprofunde em questões regionais, Miranda levanta hipóteses para explicar maior confiança da população do Centro-Oeste, em especial do DF. “Aqui, você tem uma população bastante grande, que estuda para concursos públicos, por exemplo. Em função disso, as pessoas acabam entendendo mais de direito, de administração. Isso pode ter alguma influência nos índices”, sugere. Segundo ele, a estabilidade financeira também poderia somar. “A segurança de vida, a aposentadoria garantida também podem ter relação com essa confiança”, arremata.

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