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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Aumento nas tarifas de serviços públicos impacta inflação do DF

Energia elétrica, gás de cozinha e passagem de ônibus pesaram no orçamento das famílias brasilienses.

 postado em 13/10/2015 12:13 / atualizado em 13/10/2015 14:08 - Correio Braziliense
 Flávia Maia

Alta média de 40% nas passagens de ônibus vão continuar impactando a inflação no próximo mês
O aumento das tarifas de serviços públicos como o de energia elétrica e de transporte coletivo impactou a inflação em Brasília no mês de setembro. A alta para o mês foi de 1,25%,  índice superior à média nacional (0,54%). Os custos com energia elétrica pesaram em 11,7% a mais para o consumidor - isso sem contar os efeitos em cascata, ou seja, acréscimos no preço de serviços e produtos por causa da eletricidade.

Os aumentos de R$ 2 para R$ 3 e de R$ 3 para R$ 4 no transporte coletivo do Distrito Federal  também pesaram para a alta da inflação. Os gastos com ônibus urbano subiram 8,33% e, segundo projeções de técnicos da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), a repercussão do aumento deve estender para o próximo mês porque o aumento começou a ser cobrado nas catracas na metade do mês de setembro. Os custos com transporte público também devem ser repassados para a população.

O reajuste feito pela Petrobrás no Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) de 15% no fim de agosto impactou em 19,23% a inflação do gás de botijão no DF. Foi um dos aumentos mais expressivos, somados às passagens aéreas (22,83). “As passagens aéreas têm muita sazonalidade em relação à feriados e férias”, explica Jusçanio Umbelino de Souza, gerente de contas e estudos setoriais da Codeplan. Jusçanio também considerou a alta da querosene para aviação civil como um dos motivos para a alta.

Alimentos

A alimentação, que vinha em constante crescente, deu um alívio para o consumidor. O Índice Ceasa do Distrito Federal apontou um recuo de 1,35%, puxado por legumes, verduras, ovos e grãos.  Apenas as frutas tiveram alta de 0,51%, por causa do maracujá e das frutas cítricas. “Este ano, o governo concedeu poucas outorgas de irrigação e essas frutas precisam de muita água. Com a seca, elas ficaram mais raras e mais caras”, analisa João Bosco Soares, economista do Ceasa. Em relação à queda das verduras e legumes, Soares credita ao tempo seco. Culturas como hortaliças folhosas, cebola e tomate, se dão melhor em período de estiagem e com irrigação direcionada. O economista não descarta a queda da demanda aos preços mais baixos praticados em setembro. 

Crise

A crise econômica do país também repercutiu na inflação. Produtos como cimento e tijolos, por exemplo, tiveram deflação. “Isso é um claro sinal do desaquecimento da construção civil”, analisa Jusçanio.  Itens de vestuário como bolsa, sapato masculino e lingerie, também apresentaram queda. “A crise assustou a todos. O brasileiro se retraiu e parou de comprar, com isso, o comércio ficou com estoque e teve que liquidar e baixar preços”, complementa Jusçanio.

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