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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Pilotos denunciam falha em sistema de comunicação no Metrô-DF

Segundo o Sindmetrô-DF, os pilotos não conseguem comunicação com o centro de operações no trecho do túnel há 4 dias. A companhia informou que as falhas são pontuais
 Correio Braziliense
Publicação: 08/05/2014 11:22 Atualização: 08/05/2014 13:46

Passageiros andam pela linha férrea após problemas em trem próximo a Estação Park Shopping (Alex Rodrigues/Divulgação)
Passageiros andam pela linha férrea após problemas em trem próximo a Estação Park Shopping

Trens quebrados
 e registro de explosões são alguns dos problemas do sistema metroviário do Distrito Federal, presenciados pela população que utiliza o transporte diariamente. Além disso, pilotos também denunciam falhas graves no sistema de comunicação dos trens.

O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes (Sindmetrô-DF) informou que nesta quinta-feira (8/5) completa quatro dias que os pilotos não conseguem fazer comunicação, via rádio, com a Central de Controle Operacional (CCO) quando passam pelo túnel que liga a Estação 114 à Estação Central, na Rodoviária do Plano Piloto. A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) diz, contudo, que o sistema via rádio está funcionando normalmente em toda extensão, mas tem apresentado falhas em trechos pontuais dentro do túnel há três dias. 

Um alerta para informar a falha na comunicação foi colocado no painel que fica dentro da sala dos pilotos  (Reprodução )
Um alerta para informar a falha na comunicação foi colocado no painel que fica dentro da sala dos pilotos

Um piloto, que não quis se identificar, informou ao Correio que "o túnel inteiro está sem comunicação com o CCO" e que vários pilotos fizeram relatórios para falar sobre o problema, que, segundo ele, representa um perigo. "Se alguém cai na via, não tem como pedir para parar o trem". O funcionário também reclama das medidas que a empresa vem tomando dentro das estações. "Na porta da sala dos pilotos eles estão colocando vigilantes armados para impedir o sindicato de entrar." 

O Sindmetrô-DF informou ao Correio que falhas na comunicação são constantes."Não tem como o metrô rodar sem comunicação. Se ocorrer qualquer acidente não tem como tomar providências", ressaltou a categoria. Uma das diretoras do sindicato, Tânia Viana, explicou ainda que uma denúncia já foi feita junto à Comissão de Assuntos Sociais da Câmara Legislativa do DF. Segundo ela, um trem que parar dentro do túnel não tem como pedir socorro ou se comunicar, por não ter comunicação com o CCO.

De acordo com o secretário da Comissão de Assuntos Sociais da Câmara, Osni Bueno de Freitas, o sindicato participou de uma audiência na Casa no último dia 25 para apresentar a denúncia dos problemas detectados dentro da companhia. Segundo ele, o secretário de Administração, Wilmar Lacerda, o presidente do Metrô-DF, Alberto Castilho de Siqueira, e o diretor de Operações, Fernando Andrade Sollero, foram convidados a participar de uma audiência na próxima terça-feira (13/5), para apresentar a versão da empresa sobre as denúncias. 

O Metrô-DF informou que apesar de estar apresentando falhas pontuais no sistema de comunicação dentro do túnel, o problema não "coloca em risco o usuário", porque a empresa tem formas de monitorar os trens. "Em caso de problemas dentro do túnel e eventual falha no sinal de rádio, a recomendação é que o piloto coloque o trem em manual e avance até um ponto com sinal de comunicação com o Centro de Controle, que dará todas as orientações para aquele caso específico. Outra situação, é quando o próprio CCO detecta um trem parado na via e, em caso de falha no sinal de rádio, envia pessoal da estação mais próxima para averiguar o ocorrido e tomar todas as medidas necessárias."

Sobre os vigilantes armados na porta da sala dos pilotos, o Metrô-DF infomou que após as confusões ocorridas durante a última greve dos metroviários, os funcionários reforçaram a segurança nas estações. Segundo a companhia, não é permitida a entrada de ninguém que não esteja autorizado, inclusive o Sindmêtrô-DF, dentro de áreas restritas, como a sala dos pilotos. "Eles [grevistas] tentaram invadir área de acesso restrito como o Centro de Controle Operacional (CCO) e barrar a injeção de trens na via, a partir da sala de pilotos. Portanto, para evitar interferências externas que possam comprometer a circulação dos trens e a segurança dos usuários, esses locais operacionais e que são frequentemente vigiados, estão com atenção redobrada", ressaltou o Metrô-DF. 

Greve 2014 

A greve dos metroviários começou em 2 de abril. A categoria reivindicava, principalmente, a correção das distorções salariais do plano de carreira, redução de jornada de trabalho, implantação do plano de previdência, reajuste salarial de 10% para todos os empregados, além de mais segurança. 

O fim do movimento grevista foi decretado em quatro de março, após determinação da Justiça, que realizou uma audiência de conciliação entre o Sindmetrô e o Metrô-DF. A greve, que durou cerca de um mês, passou por suspeitas de sabotagem e denúncias de ilegalidade. Enquanto, a companhia e a categoria tentavam entrar em acordo, os usuários tiveram que lidar com problemas como trens quebrados, estações lotadas e demoras para conseguir embarcar.

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