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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Copa do Mundo leva noivos a marcar casamentos para depois da competição

A maioria das cerimônias nupciais ocorrerá após o fim da competição. A alta no preço das passagens aéreas e das diárias de hotéis influenciou a decisão dos noivos. Eles também não querem correr o risco de dividir a atenção dos convidados com as partidas do torneio
 Correio Braziliense
Publicação: 16/05/2014 10:42 Atualização:

Cerimonialistas, igrejas, casas de evento e todos os envolvidos com festas de casamento estão acostumados, a cada quatro anos, lucrar menos no mês em que ocorre a Copa do Mundo. As noivas, geralmente, preferem não dividir a atenção com o campeoanto e correr o risco de ter a cerimônia esvaziada. Este ano, quando Brasília receberá sete jogos, a queda no movimento do setor foi ainda maior. Há empresas que fecharão as portas no período do torneio. Além de a data da celebração poder coincidir com a de algum jogo importante, as dificuldades com logísitica, como hotéis e passagens de avião mais caras, levaram casais a evitar fazer os votos matrimoniais no período do Mundial.

Um dos organizadores de grandes festas de casamento em Brasília, Cesar Serra não vai trabalhar entre junho e julho. “Apesar de ser um dos três meses mais lucrativos, devido ao início da seca, caiu quase na totalidade o número de festas matrimoniais de grande porte. A maioria das pessoas não viu uma Copa no Brasil e fica com medo. Não sabe como funcionará a cidade, quais ruas estarão fechadas, o que estará aberto”, acredita. Ele lembra uma festa em 1998, que coincidiu com a semifinal do Mundial na França. “Alguns convidados chegaram bêbados, outros ficaram do lado de fora da igreja acompanhando a partida por uma televisão portátil de um manobrista”, recorda.

Milene Gagliardi, diretora de um espaço de eventos, discorda de Serra. Ela não crê que o Mundial trará prejuízo para o setor, pois há uma redistribuição nas datas das comemorações, e não cancelamentos. “Ninguém deixa de casar. No máximo muda o dia”, diz. Embora confirme a redução no número de matrimônios marcados para os meses do torneio, ela argumenta que o campeonato vai agitar a cidade e alterar o perfil de eventos que Brasília está acostumada a receber entre junho e julho. “Um patrocinador da competição reservou nosso espaço para dois dias. Eles farão uma recepção de convidados antes dos jogos. Depois, todos vão para o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Não sei detalhes da festa nem da decoração, se será em verde e amarelo. Só o que posso antecipar é que será algo bem animado, no clima da Copa”, adianta.

Os servidores públicos Natália Negreiros, 29, e João Henrique Engel, 37, namoram há 5 anos. Eles noivaram no começo de 2013 e planejaram se casar este ano no período de seca. Eles não farão a celebração durante o campeonato. “O futebol vai tumultuar a cidade. Mudará a rotina da população, do comércio, enfim, de tudo. E, como esperamos por muito tempo a troca das alianças, não queremos correr risco de algo dar errado”, diz Natália. Engel acredita que o fanatismo do brasileiro com o esporte não permite que outros eventos sejam realizados no mesmo dia. “Ninguém duvida da força do futebol na nossa cultura”, pondera o noivo. 

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