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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Leite materno reforça sistema de defesa do organismo das crianças

Em experimentos com macacos, cientistas dos EUA constatam que ser alimentado pela mãe nos primeiros seis meses de vida deixa o filhote mais resistente a infecções e a doenças autoimunes
 Correio Braziliense.
Publicação: 04/09/2014 08:41 Atualização: 04/09/2014 09:35
O leite materno é considerado a fonte mais ideal de nutrição para bebês e desempenhou papel fundamental na evolução e no desenvolvimento dos humanos. Isso porque exerce uma forte influência sobre bactérias no intestino, necessárias para o desenvolvimento do sistema imunológico. A diferenciação das estruturas de defesa a partir desses micro-organismos pode acontecer desde os primeiros dias de nascimento. Para testar essa teoria, pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco (EUA), observaram como a microbiota intestinal se diferencia entre filhotes de macacos rhesus amamentados e aqueles que receberam uma fórmula substituta.

Os dois grupos de cobaia foram alimentados de forma distinta durante seis meses, e mais seis com a mesma dieta regular. O grupo de cientistas liderado por Amir Ardeshir demonstrou, no fim de um ano, que os macacos lactentes e os que tomaram mamadeira desenvolveram sistemas imunológicos marcadamente diferentes e que as dessemelhanças permaneceram durante pelo menos seis meses após os animais começarem a receber comidas idênticas. Os resultados, divulgados na edição de hoje da revista Science Translational Medicine, podem explicar, em parte, a variação da suscetibilidade humana a condições de saúde com base imunológica, como doenças autoimunes, e a proteção variável contra doenças infecciosas.

“Nós demonstramos que a dieta infantil tem efeitos profundos e duradouros sobre a microbiota intestinal de macacos, o desenvolvimento do sistema imunológico e os perfis de metabólitos (frutos do metabolismo de moléculas ou substâncias) no sangue e nas fezes”, resume Ardeshir. Segundo ele, as conclusões são uma prova importante para a compreensão das respostas imunológicas variáveis à vacinação e à infecção, e das diferentes propensões para o desenvolvimento de enfermidades autoimunes.

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