Começou ontem a campanha para quem tem mais de 60 anos se imunizar contra o vírus H1N1. Só no Cruzeiro, cerca de 300 aplicações foram ministradas - incluindo crianças e gestantes. Guará, Asa Sul e Asa Norte registraram escassez de doses.
postado em 28/04/2016 06:03 - Correio Braziliense
No Centro de Saúde nº 14 do Cruzeiro Velho a movimentação intensa começou ainda pela manhã. Duas salas estão reservadas exclusivamente para a imunização contra a gripe. Pelo menos 300 doses, segundo estimativa da enfermagem do local, foram aplicadas durante o dia de ontem. No período da manhã, a maior demanda era a de crianças e gestantes. “Estamos dividindo crianças e gestantes em uma sala e idosos em outra para fazermos um trabalho mais ágil”, detalhou a técnica em enfermagem Aparecida Matos.
Organização
O servidor público aposentado José Maciel Filho, 84 anos, chegou por volta das 15h30. Uma hora depois, estava na sala de vacinação. A organização do posto fazia a triagem com fichas cor-de-rosa. “Será que eu vou chorar? Estou meio preocupado. Mas eu sou paraibano, cabra macho”, brincava o idoso, enquanto aguardava. “Este ano, a doença está mais agressiva. É um perigo que podemos evitar”, argumentou.
O cartão de imunização da dona de casa Ana Maria dos Santos, 72, não tem nenhuma dose em atraso. Na última década, não houve um ano sequer em que a moradora do Cruzeiro deixasse de aderir à campanha de gripe. “Tem gente que fala que a vacina causa reação, que a gente fica gripado um ano e outras coias. Tudo mentira. Nunca tive problemas, só alegria”, concluiu.
A otorrinolaringologista Márcia Voltolini explica que doenças respiratórias são a segunda principal causa de morte em idosos na capital federal. O grupo tem as vias aéreas mais frágeis, por isso o maior risco de contrair a doença. “A pneumonia, por exemplo, só tem tratamento contra os sintomas. Não há antibiótico que combata diretamente o mal ligado ao vírus H1N1, e isso compromete o idoso”, avaliou a especialista.
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